Os autores de grafites apagados pelo Metrô do canteiro de obras da futura estação Adolfo Pinheiro, bairro Santo Amaro, zona sul de SP, refizeram o trabalho neste domingo (18).

Um dos trabalhos apagados mostrava um “homem-coxinha” usando uniforme policial e perseguindo pessoas com um cassetete em punhos. Após apagar a obra, o Metrô voltou atrás e autorizou nova intervenção.

Agora o grafite ironiza o episódio e mostra o mesmo “PM-coxinha” ordenando a um segurança do Metrô que apague o trabalho. “Queria deixar um registro do que ocorreu e deixar evidente por que o trabalho foi apagado”, disse o grafiteiro Beto Silva, 30.

Uma obra que comparava vagões de trem a navios negreiros também foi apagada e autorizada em seguida.

Os dois grafites haviam sido feitos em 11 e 12 de novembro em um projeto do Sesc Santo Amaro com o Metrô.

Ele reuniu 40 artistas da zona sul. Mas só Silva, autor do “PM-coxinha”, e Bruno Perê, 27, cujo grafite trazia a frase “todo vagão tem um pouco de navio negreiro”, tiveram os trabalhos cobertos.

Após o jornal Folha de S. Paulo revelar o caso, organizadores do projeto e os grafiteiros se reuniram com o presidente do Metrô, Sérgio Avelleda, para discutir o assunto.

Avelleda disse a eles que a alteração foi iniciativa isolada de um funcionário, sem a autorização dele.

À Folha de S. Paulo, a assessoria de imprensa do Metrô havia informado que a alteração era um pedido da administração da companhia. Depois, disse que uma apuração mais profunda do caso descobriu que a informação passada para a reportagem inicialmente estava errada.

Fonte: Folha.com